Reciclar é um grande desafio em todo o mundo e, por mais que o poder público e organizações não-governamentais estejam empenhados em atender a essa demanda, ela começa dentro de nossas casas e escritórios. O lixo é um dos maiores problemas ambientais da atualidade, pois tem o poder de contaminar rios, florestas, solo e ar e até de espalhar doenças.
Segundo estimativas, até 2025 a produção de lixo no mundo deverá ter um aumento expressivo, saltando de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões. Os aterros sanitários estão cada vez mais cheios e a natureza dando sinais de que seus recursos são finitos. A sustentabilidade em todo e qualquer processo se faz cada vez mais necessária e urgente.
Para se ter uma ideia do potencial da reciclagem, uma tonelada de papel pode evitar o corte de 15 a 20 árvores, economiza 50% de energia elétrica e 10 mil m³ de água. Já o reaproveitamento de 100 toneladas de plástico pode evitar a extração de uma tonelada de petróleo. Ou seja, com a reciclagem, economizamos diversas matérias-primas, água e energia e ainda aliviamos os aterros sanitários. Mas para que ela aconteça, a Coleta Seletiva é fundamental.
Sendo assim, hoje vamos ver como implantar uma Coleta Seletiva adequadamente em sua residência, escritório ou condomínio, de maneira que você, sua família, condôminos ou funcionários também possam contribuir para amenizar os impactos do lixo em nosso planeta.
O QUE É A COLETA SELETIVA?
A Coleta Seletiva é a coleta diferenciada de resíduos. Neste processo, os materiais descartados são identificados e agrupados previamente, de acordo com sua constituição ou composição, e disponibilizados para a coleta separadamente.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Coleta Seletiva nos municípios deve seguir esta distinção:
Resíduos recicláveis secos: metais (aço e alumínio), papel, papelão, embalagens tetrapak, de plástico e vidro.
Rejeitos: resíduos não recicláveis, como os provenientes de banheiros (fraldas, absorventes, papeis higiênicos, cotonetes etc) e resíduos orgânicos (restos de alimentos e folhas secas de jardim).
Aqui é interessante observar que os resíduos orgânicos podem ser reciclados e transformados em adubo por meio da compostagem. Sendo assim, é possível realizar uma terceira divisão, isolando os esses detritos dos demais rejeitos não recicláveis.
Hoje no Brasil há três formas de Coleta Seletiva em funcionamento: entrega voluntária em pontos específicos estrategicamente localizados, coleta realizada pelo serviço público e coleta por associações, cooperativas ou catadores.
Com isso, é possível que cada material seja devidamente encaminhado e reaproveitado.
Como implantar um programa de Coleta Seletiva
Caso você precise implantar um programa de Coleta Seletiva em seu espaço ou queira dicas para reformular a maneira como esse processo é realizado, deverá seguir três etapas: planejamento, implantação e manutenção.
PLANEJAMENTO:
Informe-se sobre a quantidade e o tipo de lixo gerado em seu local e como é realizada a rotina de limpeza.
Verifique a infraestrutura disponível: onde o lixo é armazenado, se há tambores e latões adequados e já sinalizados para a separação de materiais.
Verifique junto à prefeitura da sua região, como a Coleta Seletiva funciona na sua cidade. Siga as normas propostas para o descarte.
Fique atento aos dias e horários em que os caminhões da Coleta Seletiva passam em sua rua. Não coloque o lixo para coleta com muita antecedência, pois isso pode gerar multas!
Caso não exista a coleta porta-a-porta, verifique onde estão localizados os pontos de entrega voluntária. Organize a logística para essa entrega, definindo dias e horários para que todos sigam um calendário e evite o acúmulo de lixo em seu espaço.
IMPLANTAÇÃO:
Este é o momento em que você se certificará de que possui a infraestrutura necessária. Caso não tenha, é o momento de comprar tambores ou lixeiras, placas de sinalização e verificar onde serão instalados.
Você pode adquirir lixeiras coloridas para facilitar a identificação: azul para papel e papelão, vermelho para plástico, verde para vidro e amarelo para metal. Estes são os mais comuns e provavelmente são os que você precisará comprar. Mas é importante saber que há ainda outras cores para ainda mais materiais, como: preto para madeira, laranja para resíduos perigosos, branco para resíduos de hospitais e serviços de saúde, roxo para radioativo, marrom para orgânico, cinza para não reciclável, contaminado ou cuja separação não é possível.
É essencial informar e educar funcionários e a comunidade envolvida. Divulgue o que cada um pode fazer para contribuir e, principalmente, como o lixo deverá ser separado, e onde deverá ser colocado, de acordo com os dias e horários pré-estabelecidos.
Se você já conta com uma força de trabalho terceirizada para serviços de limpeza, é bastante provável que eles já tenham conhecimentos nesse assunto, pois passam por treinamentos e são especializados nessa tarefa. Contar com essa parceria e expetise já facilita bastante o processo da Coleta Seletiva!
MANUTENÇÃO:
Acompanhe e gerencie a coleta para corrigir pontos que necessitam melhoria e verificar se tudo está funcionando de acordo com o planejado.
Mantenha a campanha de divulgação e conscientização sobre a importância de que a Coleta Seletiva seja respeitada constantemente.
De tempos em tempos faça um balanço das quantidades de lixo separadas e enviadas para a Coleta Seletiva. Divulgue esses dados como parte da campanha de conscientização e motivação, para que todos vejam os resultados de seu empenho.
Com essas dicas, implantar a Coleta Seletiva dentro do seu condomínio ou organização certamente ficará muito mais fácil e prático!
Fontes / Referências:
Coleta Seletiva – Ministério do Meio Ambiente
Coleta seletiva em condomínios: como implantar – eCycle
Coleta Seletiva na empresa, na comunidade, no município – Lixo
Estimativa revela que quantidade de lixo produzido no mundo será 70% maior em 2030 – eCycle